O crescimento da construção em Portugal
O sector da construção em Portugal enfrentou uma quebra abrupta e vertiginosa nos anos piores da crise financeira, tendo registado perdas impensáveis à época e a emigração de muitos profissionais da área. Atualmente a área está de novo a florescer, sendo a retoma por demais evidente.
Já em 2017 um reputado Instituto de Investigação Económica (IFO/Euroconstruct) avançava, para Portugal, um período de forte expansão do sector da construção, prevendo um aumento de 15%, entre início de 2018 e final de 2020, o que nos colocava como o quinto país mais forte da Europa (num universo de 19 países).
O que dizem os números
Para citar apenas alguns números já de 2019 a Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN) lançou um comunicado em que dá conta de que, no primeiro mês do ano, o consumo de cimento no mercado nacional totalizou 258,7 mil toneladas, o que traduz um aumento de 15,9% face a igual mês do ano anterior. Quanto aos licenciamentos, foram autorizadas 1405 obras de construção e reabilitação de edifícios habitacionais, um crescimento homólogo de 17,3%. Mais significativo, ainda, foi o acréscimo dos licenciamentos para construção nova: 42,5% correspondentes a 1835 fogos licenciados em janeiro.
No âmbito do crédito à habitação o aumento foi significativo, tendo sido concedidos 747 milhões de euros, mais 17,8% que em janeiro de 2018, sendo que o valor médio da avaliação bancária cresceu 6,2% para 1.226 euros por metro quadrado.
Nos anos mais agudos da crise, entre 2009 e 2014, a construção e o imobiliário perderam 38 mil empresas e mais de 260 mil trabalhadores. A atividade chegou a cair 43%. A partir de 2015, com os primeiros sinais de retoma, e até 2017, a indústria recuperou 55 mil empregos.
Relativamente a 2019, a Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP) destaca, nas suas análises conjunturais, que as opiniões recolhidas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), através dos inquéritos mensais, mostram que as opiniões dos empresários da construção atingiram, em setembro, máximos de 17 anos. Isto verificou-se quer no que diz respeito ao ‘Indicador de Confiança’, quer quanto à apreciação sobre a atividade das empresas, ou sobre as perspetivas de evolução do emprego e dos preços a praticar no futuro próximo.
O mercado de obras públicas entrou também em franca expansão, tendo tido um crescimento de 54%, até junho, em termos homólogos. Quer em termos de anúncios de concursos públicos, quer em termos de contratos celebrados, os valores alcançados no primeiro semestre do ano foram os maiores dos últimos 7 anos, apontando para uma recuperação clara do investimento público.
Apesar de ainda não termos os números de 2019 fechados, a FEPICOP estimava, além da evolução positiva do imobiliário, 7,5% de crescimento para o segmento da construção de edifícios residenciais, sendo esse o principal contributo para a evolução de 4% estimado para o total do setor.
Uma nova realidade exige serviços eficientes e dinâmicos
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